Milagre?
Relanceava os olhos pelo o jardim e ficava preocupado. A falta de água punha em causa o germinar das flores, recém-semeadas. Era um problema, a falta de água próxima. Olhava para o céu e pensava: «Que bom, se chovesse entretanto. Pelo menos para as terras e plantas». Os ameaços de trovoada, nos últimos dias, davam-lhe algum alento, que depressa se transformavam em desilusão.
Os sinais empíricos, como o levantar do avião na direcção «X», também apontavam nesse sentido, mas nada de pinga de chuva.
Ontem, de manhã, caminhava pela rua e olhou para o céu. Notou que ele, o céu, estava com uma configuração de nuvens mais favorável aos seus anseios e formulou o seu pedido, baixinho para que a comunicação se estabelecesse por meio apropriado, que é o da intimidade das crenças: «Ó S. Pedro, manda lá chuva!».
Caminhou meia dúzia de metros e sentiu uma pinga na cabeça. De tão pequena, não lhe deu importância ou atenção. Depois uma, e outra, e outra, cada vez mais fortes e persistentes. Acelerou o passo para um local abrigado, que a isso o obrigava agora o ritmo e a cadência da chuva. Lentamente, a cor do chão mudou. O pó assentou e a terra, macia, acolhia a seiva que a mantém e sustenta. Olhei para o céu, já a salvo de uma molha inesperada, ainda que bem-acolhida, e agradeci: «Obrigado, S. Pedro, por esta chuvinha. Podias era ter esperado um bocadinho...».
Os sinais empíricos, como o levantar do avião na direcção «X», também apontavam nesse sentido, mas nada de pinga de chuva.
Ontem, de manhã, caminhava pela rua e olhou para o céu. Notou que ele, o céu, estava com uma configuração de nuvens mais favorável aos seus anseios e formulou o seu pedido, baixinho para que a comunicação se estabelecesse por meio apropriado, que é o da intimidade das crenças: «Ó S. Pedro, manda lá chuva!».
Caminhou meia dúzia de metros e sentiu uma pinga na cabeça. De tão pequena, não lhe deu importância ou atenção. Depois uma, e outra, e outra, cada vez mais fortes e persistentes. Acelerou o passo para um local abrigado, que a isso o obrigava agora o ritmo e a cadência da chuva. Lentamente, a cor do chão mudou. O pó assentou e a terra, macia, acolhia a seiva que a mantém e sustenta. Olhei para o céu, já a salvo de uma molha inesperada, ainda que bem-acolhida, e agradeci: «Obrigado, S. Pedro, por esta chuvinha. Podias era ter esperado um bocadinho...».
Etiquetas: Administração Pública, Humor
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