16 abril 2006

Páscoa

Procissões, visita pascal, empadas, folares e regresso temporário de emigrantes e imigrantes: são estas as minhas memórias da Páscoa. Memórias que revivo longe da terra, uma vez que não "fui à terra".
O "ir à terra", movimento ritual no nosso país, tem, na Páscoa, um dos seus momentos mais importantes e carregados de significado. Os outros são o Natal e as festas da terra. É grande, a carga simbólica deste regresso à terra. Uma, outra e outra vez, neste movimento procura-se iludir um facto doloroso: tudo mudou, incluindo nós. O retorno a um tempo, memória e vivência idílicas (o nosso tempo psicológico) é impossível: não se repete mais.
Mesmo assim, as pessoas persistem e continuam a "ir à terra". Sinal de que o apelo é forte. É a sua memória e vivência que o exigem: é a expressão da sua identidade!

Etiquetas: