01 março 2025

Ó pernas para que te/vos quero?!...

A coisa começava complicada... Por causa da mania da concordância (é um vício!), tivera receio de avançar de peito feito, optando pela via do itinerário desenfiado, aprendida na tropa como uma manobra meritória e, quiçá?, salvadora de vidas!... Tendo de repensar a táctica, para não dizer a estratégia, mas essa ficaria para mais tarde, com o objectivo de, pesando prós e contras, assumisse o que ficaria melhor, se o 'te', se o 'vos', tendo consciência de que a obtenção de um consenso, sempre almejado, é uma arte quase em vias de extinção, solicitando, por isso, medidas de apoio ou preservação... Como trazia uma balança num dos bolsos das calças, decidira-se pelo método infalível do pesar, assumido como bem feito, e colocou, com todo o cuidado, num dos pratos o 'te' e o 'vos' no outro. Mas não se apercebera de um pássaro, julgo que um melro, que, como quem não quer a coisa, alçou o rabito e acertou uma cagadelazita num dos pratos, curiosamente o do 'te', não sendo surpreendente o desequilibrar para esse lado, dado o acrescento... Mesmo com uma pequenina batota, sempre era um indício, levando o poder decisório a inclinar-se para o 'te' em vez do 'vos', temos muita pena, mas a balança falara... E as pernas?!... Já estavam lá para a frente... E continuavam a correr!...

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