15 abril 2018

Literatura(lice)

Metera na cabeça que os venceria. Mas teria que escolher bem as armas. Não ia ser fácil, sabia disso, até porque os adversários eram manhosos e hábeis, mas teria que tentar. Sabia que eram gulosos por tabaco, da marca Kentucky, mais propriamente, que suspeitava já nem existir. Ainda tentou remediar a coisa com uns rebuçados peitorais, mas os adversários não foram na conversa: ou era Kentucky ou nada feito! Que fosse. Assim, à hora aprazada, encontraram-se para a disputa. Lá conseguira arranjar o tabaco, que servia de moeda e de ficha de apostas. Mas não foi possível fazer nada. Misteriosamente, ou talvez mão das autoridades de saúde (quem sabe?), a peleja não se realizaria. «Estás a ver, Sancho, como o mundo é injusto?».

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