23 agosto 2014

Duelo na avenida

Um homem passeava pelas ruas da cidade. Ia com os seus pensamentos e passou junto de uma casa, com porta de entrada vidrada, fechada, e por onde espreitavam quatro rapazolas. Um deles, mais afoito ou pícaro do que os outros, vê passar o homem na rua, chama a sua atenção com um batimento no vidro e mostra-lhe o dedo do meio espetado a si dirigido, confortável  pela protecção da porta e do vidro. O homem, que tinha cabelos brancos, não se intimidou e parou em frente da porta e do vidro. Calmamente, levantou o polegar e esticou o indicador, ambos da mão direita, pois era destro, e «disparou» em direcção aos rapazes: a um no pé, a outro numa orelha e a mais um numa perna, poupando o quarto para ir chamar o 115. De seguida, soprou o fumo do indicador, meteu a mão no bolso e continuou a caminhada. Quem viu, chamou-lhe o duelo na avenida, sem o curral do filme. Foi abertura no telejornal.

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