05 julho 2014

Culpado

Dava muitos pontapés na gramática, mas nunca tinha sido pronunciado. Não que nunca tivessem feito queixa, apenas que nunca tinha sido acusado. E a lei era o que mandava. E os pontapés na gramática continuaram. Por muito tempo e até um dia. Dia esse que demorou, mas chegou. Levado a juízo, o crime era por demais evidente. E se dúvidas houvesse, ele próprio as desmentiu quando, perguntando-lhe o juiz como se considerava, respondeu, convicto: «In-nocente!».

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