17 abril 2014

Que galo!

Habituara-se a ouvir a expressão «Fortunas te caiam na cabeça». Não a compreendia, a princípio, mas pensava que devia ser alguma coisa boa. E assim se manteve nesta convicção. Um dia, porém, esta noção alterou-se, nunca se soube porquê, mas com suspeitas fortes sobre o que terá sido. Nesse dia, mais ou menos como o de hoje (ou o de anteontem, que também não foi mau), um galo cantava na sua cabeça, já não um popular cocorocó, mas uma não menos popular ária de Puccini. Foi uma apoteose! Só encores foram sete, mas depois perdeu a voz. Apesar de destroçado, aproveitou-o para um arroz.


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