29 junho 2013

Cirurgia a céu aberto

Era um profissional competente e bem pago. Exigente, também. Já tinha trabalhado em praticamente todo o mundo, e começava a pensar seriamente se não seria chegada a hora de pousar a navalha. Mas a reforma ficaria para depois, pois era necessário dar atenção ao paciente que tinha nas mãos. Desinfectou a zona de incisão e procedeu ao enxerto, que envolveu com linha apropriada. Por precaução, manteve-se próximo durante uns minutos e suspirou de alívio quando se apercebeu que nada de grave iria ocorrer. Despiu o macacão e as luvas, lavou as mãos e previu: «Se tudo correr como espero, a ameixeira começa a dar pêssegos lá para o Verão».

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