Peregrinação

Ir a pé, de casa ao local de culto, foi a sua promessa. Ao fazê-la, transformou-se num peregrino. Transformado, preparou-se. Deu-lhe sequência de forma imprevista, não a pé mas de comboio, tentando chegar ao metro, para não usar autocarro. Equivocou-se quanto ao metro, que estava em greve, e teve que recorrer ao veículo, neste caso colectivo e diferente do que utilizava todos os dias, que era pessoal e privado. Solicitou ajuda enquanto descansava, pedindo que alguém lhe indicasse o trajecto e o número de carreira, fazendo-lhe o favor de o alinhar na direcção e para destino certos, ainda não o santuário mas para o início do que seria o princípio da caminhada, de que tinha pouco, pois de promessa se tratava. Lá chegou, enfim. Apanhou o comboio e voltou para casa. A promessa tinha tempo, ele agora não podia.